Gamil Föppel defendeu decisão do TJ-BA de revogar a prisão do médico Rodolfo Cordeiro Lucas
Durante entrevista ao programa PNotícias da Piatã FM na manhã desta terça-feira (28), o advogado Gamil Föppel falou sobre a decisão decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) de revogar a prisão do médico Rodolfo Cordeiro Lucas, acusado de tentativa de feminicídio contra a sua companheira e também médica, Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo, de 27 anos. De acordo com o advogado, o crime já poderia ser elucidado, uma vez que três testemunhas presenciaram o fato: “Pra mim a verdade já apareceu”, afirmou.
Rodolfo é suspeito de ter tentado arremessar Sáttia do 5º andar de um prédio residencial no bairro de Armação, em Salvador, no último dia 20 de julho. A médica permanece internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
Para Gamil, a prisão preventiva de do acusado jamais deveria ter sido decretada, já que trata-se de um caso é que existe um ponto que precisa ser investigado, do ponto de vista do procedimento investigatório.
“O ponto é se ela pulou ou se ela foi arremessada. Todas as provas dos autos são unânimes em apontar que ela pulou. Houve três testemunhas presenciais, ela não se jogou de vez, ela teria ficado numa espécie de parapeito na janela. As testemunhas tentaram persuadi-la, tentaram pedir que ela não pulasse. Falaram a ela que ela tinha uma carreira brilhante, tinha pai, tinha mãe, que ela não fizesse essa bobagem”, relatou.
Gamil conta ainda que o acusado também teria tentado demover a vítima da ideia de pular e que foi possível segurá-la pelos braços e então impedir que ela se jogasse: “Mas lamentavelmente ela se jogou. Todos nós lamentamos muito por isso, estamos muito pesarosos e desejosos de que ela melhore logo”, lamentou.
Ainda de acordo com a defesa, as testemunhas ouvidas nos autos apontam pra verdade do que aconteceu e que, evidentemente, Sáttia pulou do 5º andar do apartamento.
“Inclusive, se você pegar a própria representação feita pela polícia, a delegada coloca que ela é uma moça com 27 anos, jovem, que ninguém podia falar por ela e que por isso, ela pediu a prisão. E aliás, me chama até atenção, causa um espanto, do ponto de vista técnico, que uma delegada de polícia represente por uma prisão preventiva e depois dê uma entrevista dizendo que prendia o investigado porque ela pulou, que ela foi jogada. Não cabe prisão preventiva se ela tem dúvida a respeito do que aconteceu. Mas todo o procedimento aponta pra verdade, que de fato ela pulou”, afirmou.
O advogado também garantiu a chave do apartamento foi entregue por Rodolfo à perícia e que não teria sido necessário ordem judicial para tal. “Ele próprio entregou a chave do apartamento. Ele entregou os celulares dele e dela pra perícia, ele entregou a chave do carro”, garantiu.
“É uma fatalidade, estamos todos muito tristes com o que aconteceu, mas nós não podemos usar uma fatalidade pra transformar em criminoso alguém que é inocente”, reiterou.
Para Gamil, foi acertada a decisão do Tribunal de Justiça de revogar a prisão que, segundo ele, era peratológica por se tratar de uma prisão “anormal”, do ponto de vista jurídico. Além disso, ele afirmou que Rodolfo permanece à disposição das autoridades pra prestar tantos quantos esclarecimentos sejam necessários.
A defesa ainda garantiu que o crime já poderia vir a ser elucidado, uma vez que, existem testemunhas que presenciaram o fato e, inclusive, tentaram evitar que Sáttia pulasse do apartamento.
“Pra mim a verdade já apareceu. Existem três testemunhas que presenciaram a dinâmica dos fatos. Eu não estou falando de pessoas que fizeram raciocínios com induções ou com hipóteses mentais. Eu tô falando de pessoas que viram os fatos. As três pessoas que viram os fatos, disseram que ela se jogou”, conta.
“Eu não estou falando de alguém que chegou depois, que viu depois de ela ter caído, de alguém que ouviu alguma coisa. Eu estou falando sobre testemunhas visuais, que viram os fatos. Não são testemunhas que extraíram conclusões dos fatos. São testemunhas que viram os fatos, moradores do andar de baixo, moradores do andar de cima, moradores que, inclusive, conversaram com ela e pediram que ela não fizesse isso. Então, pra mim, não há como a perícia desmentir ou não revelar aquilo que já está nos autos”, concluiu.