Gamil Föppel falou sobre a atual situação do médico Rodolfo Cordeiro Lucas
Após a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que revogou a prisão do médico Rodolfo Cordeiro Lucas, acusado de tentativa de feminicídio contra a sua companheira e também médica, Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo, a defesa detalhou quais os próximos passos a partir de agora. Em entrevista ao programa PNotícias da Piatã FM na manhã desta terça-feira (28), o advogado Gamil Föppel disse acreditar que o Ministério Publico decida arquivar o caso. Ele também comentou sobre a atual situação de Rodolfo, que passou seis dias preso: “Está muito debilitado, fragilizado”.
Gamil explicou que o inquérito vai precisar ser concluído e relatado e supôs que a autoridade policial vá esperar que a perícia seja concluída. “A partir do momento que o inquérito for relatado, segue pro Ministério Público, que pode ter algumas alternativas. Ou vai fazer uma promoção de arquivamento, que é o que a gente imagina, até porque não tem que denunciar um inocente. Ou vai fazer fazer uma denúncia, que aí realmente não tem nenhum suporte probatório pra isso, ou pode pedir esclarecimentos adicionais”, explicou.
“A outra coisa que é lamentável é que no procedimento dessa natureza as testemunhas tinham comparecido na terça-feira pra serem ouvidas, iam ficar durante quase a tarde inteira na Delegacia de Polícia e não havia um único funcionário na DEAM que pudesse colher esse depoimento. Isso retardou o procedimento do pedido da revogação da prisão0, relatou.
O advogado ainda criticou a falta de estrutura e aparelhos para ouvir as testemunhas que, segundo ele, desejavam reproduzir a verdade dos fatos. “É algo realmente preocupante”, aponta.
Segundo Gamil, Rodolfo está muito debilitado e fragilizado: “Vocês imaginem o que é uma pessoa que não cometeu qualquer tipo de crime, que tentou evitar que a pessoa por ele amada se precipitasse e se jogasse do prédio e além de tudo, ficar seis dias preso por um crime que não cometeu”, conta.
Para o advogado, as pessoas precisam parar de proliferar o ódio e querer saber exatamente o que aconteceu: “Leiam os autos, procurem saber o que aconteceu, leiam o que as testemunhas disseram. As pessoas têm pré-compreensões, pré-julgamentos e preconceitos e saem destilando o ódio e o ódio deixa as pessoas cegas, faz com que as pessoas queiram inclusive levar pra cadeia alguém que é inocente”, orientou.
“Ele realmente está muito fragilizado, muito debilitado, também desejoso de que ela melhore e que ela se restabeleça. Ele vai realmente seguir a vida dele, vai voltar a trabalhar. Lamentamos tudo o que aconteceu e mais uma vez externamos a nossa solidariedade e a nossa preocupação com a família dessa moça”, concluiu.