Segundo denúncias, unidades estão estocadas em armazém do Ministério da Saúde
O Ministério Público pediu nesta segunda-feira (23), junto ao Tribunal de Contas da União, uma investigação sobre quase 7 milhões de testes de Covid-19 estocados em um armazém do Ministério da Saúde. A solicitação, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, é baseada em uma reportagem do Estadão sobre a existência de 6,8 milhões de unidades do exame que estão prestes a perder a validade.
Segundo o jornal, os testes são válidos até dezembro de 2020 ou janeiro de 2021. O subprocurador-geral alega que os exames “encalhados” mostram “inépcia” do governo federal, ou seja, falta de inteligência e estupidez em relação ao planejamento e logística de distribuição do material para a rede pública de saúde.
Furtado pede ao TCU que o eventual prejuízo de R$ 290 milhões e “à prestação dos serviços públicos de saúde no Brasil decorrente do vencimento do prazo de validade de milhões de testes adquiridos pelo Ministério da Saúde para o diagnóstico do novo coronavírus” seja apurado.
“Como era de se esperar, a causa dessa inércia e desse desperdício não é segredo para ninguém. Trata-se da inépcia do governo federal, sobretudo do Ministério da Saúde – cujo Ministro não é da área –, no que diz respeito ao planejamento e logística de distribuição para a rede pública de saúde, bem como das medidas necessárias para a aplicação dos testes”, alega Furtado no documento.
“A população, assim, embora tenha arcado com os custos dos testes em questão, se vê impedida da sua utilização porque se tornou refém de pessoas ineptas ou de pessoas que permitiram interferências políticas nas importantes decisões técnicas de sua responsabilidade”, completa.