Corpos foram encontrados depois que um quinto motorista conseguiu fugir e acionou a polícia
Antes de serem mortos, os quatro motoristas de aplicativo encontrados no Bairro da Mata Escura foram torturados antes de serem executados. Os corpos foram encontrados depois que um quinto motorista conseguiu fugir e acionou a polícia. Foi encontrado ainda um gambá morto em cima de uma cama, no barraco onde aconteceu o crime, na comunidade Paz e Vida
Segundo o Correio, as vítimas foram identificadas como Alisson Silva Damascena dos Santos 27 anos, Sávio da Silva Dias, 23, Daniel Santos da Silva, 30, e Genivaldo da Silva Félix, 48. Segundo informações do Correio, os motoristas foram atraídos para o local por chamadas feitas por duas travestis. Ao chegar na comunidade, os motoristas eram rendidos por um trio ainda não identificado.
“Ele escapou depois de conseguir se livrar de um dos assassinos e se jogar num matagal. Ele chegou a ser perseguido, mas não conseguiram pegá-lo", diz um agente do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que estava na cena do crime hoje pela manhã.
Após a fuga esse quinto motorista encontrou policiais do Batalhão de Guardas do Presídio da Mata Escura e contou que tinha sofrido um ataque. Afirmou ainda que seu carro havia sido abandonado na localidade. Policiais da 48ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Sussuarana) foram então até lá averiguar a denúncia.
Ao chegar no local, encontraram uma cena de crime macabro. Quatro corpos estavam em sacos. Um outro veículo, além do que pertence ao motorista que escapou foi encontrado abandonado por perto. Um rastro de sangue levava para um outro barraco próximo, onde foi os policiais encontraram um gambá estava morto em cima de uma cama nos fundos do imóvel. Várias poças de sangue estavam espalhadas no local. “Foi aqui que eles foram torturados e mortos”, afirma o perito médico Marcos Mousinho, do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
A polícia acredita que as vítimas foram mortas de maneira separada. "Eram quatro corpos enrolados em lonas e todos apresentavam golpes de facão. A informação que chegou à Polícia Civil é que todas as vítimas eram motoristas de aplicativo, que foram atraídos para o local, colocados em cativeiro por algumas horas, torturados, e executados separadamente", explica Mousinho.
Procurada, a 99 informou que está apurando o caso. Através de nota, a empresa lamentou profundamente a situação e diz que se solidariza com as famílias das vítimas. "A plataforma reitera que repudia veemente esse tipo de violência e está disponível para colaborar com as investigações da polícia", afirmou. Apesar do comunicado, a 99 não confirmou se os condutores faziam parte do banco de motoristas do aplicativo.
A assessoria da Uber confirmou que alguns dos motoristas faziam parte da plataforma, mas não deu dados individuais. A empresa afirmou em nota que também está ajudando as autoridades policiais na apuração do caso. "A Uber lamenta profundamente o crime brutal e chocante ocorrido em Salvador e se solidariza com os familiares e entes queridos das vítimas nesse momento de consternação", diz o pronunciamento.