Ex-candidato acredita que não cabe a esquerda pedir “pacificação” enquanto, segundo ele, Bolsonaro destrói o páis
No último sábado (14) o governador da Bahia, Rui Costa, disse, durante entrevista à Folha de São Paulo que a “pacificação” do país é o melhor caminho. O ex-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, disse discordar do petista. O professor utilizou seu perfil no Twitter para esboçar opinião diante da declaração do governado.
“Discordo frontalmente de sua visão. Enquanto Bolsonaro destrói o país e Guedes quer vender tudo, não cabe à esquerda pedir "pacificação" e nem apoiar a lei que privatiza o saneamento. Cabe a nós combater sem tréguas o projeto de Bolsonaro!”, tuitou.
A postagem de Boulos rendeu comentários positivos ao ex-candidato e questionamentos a postura de esquerda de Rui. “Esquerda que pede pacificação, que estranho”, comentou um internauta. “Nenhuma revolução proletária se deu 'pacificamente'. Vão nesse papinho de 'pacificação'. É isso que os neoliberais querem que façamos, nos acovardemos”, respondeu outro.
Entenda o Caso:
Durante entrevista à Folha de São Paulo no último sábado o Governador da Bahia, Rui Costa, que é considerado uma das principais lideranças do Partido dos trabalhadores (PT) na Bahia. O petista pregou uma “pacificação”, mas sem ignorar o fato de que o discurso de ódio que está em voga deve ser combatido.
“Temos de ser diferentes deles. Temos de pregar a pacificação do país, cortar a discriminação e o ódio. Antes, as pessoas tinham vergonha de manifestar preconceito. Agora parece que têm orgulho. Certamente essas pessoas existiam, mas ficavam no armário. Precisamos que elas voltem para seus armários”, disse.
Considerado uma das principais lideranças do Partido dos trabalhadores (PT) na Bahia, o governador do estado, Rui Costa, afirmou que o ex-presidente Lula voltará a conciliar o país independente de questões eleitorais.
“Lula governou o país durante oito anos como um conciliador. Essa concertação, com empresários, trabalhadores, sociedade, fez com que o governo dele fosse de maior desenvolvimento nos últimos séculos. Esse modelo que eu defendo. Acho que ele, independentemente de qualquer questão eleitoral, vai voltar ao leito de ser um conciliador nacional”, disse.
Rui Costa vem sendo cotado para ser candidato à presidência em 2022. Reeleito governador da Bahia em primeiro turno com mais de 70% dos votos nas últimas eleições, ele defende que o PT faça alianças, mas ponderou que dificilmente o partido não será cabeça de chapa. Sobre essa possível candidatura, o petista acredita que Lula segue sendo o nome mais forte da sigla.
Hoje ele é inelegível. Verdade. Mas é inegável a força. Por tudo que ele fez, Lula desperta paixões (…)”, afirmou. “Lula sempre foi maior que o PT. Isso não é único dele. Várias lideranças do PT são maiores eleitoralmente do que o partido. Se o eleitor confia, pode fazer ressalva ao partido, mas vota. Se encaixarmos um discurso de desenvolvimento, inclusão social, união do Brasil e diálogo temos boas chances de um excelente desempenho”, completou o governador.