Economista foi anunciado como sucessor de Weintraub na última quinta (25)
Nomeado para o Ministério da educação, Carlos Alberto Decotelli entregou, nesta terça-feira (30), sua carta de demissão. A decisão aconteceu após o currículo do bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) apresentar falhas nos títulos de mestrado, doutorado e pós-doutorado também divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro. A posse de Decotelli estava prevista para acontecer nesta terça, mas foi adiada para uma “checagem completa” nas informações do professor.
Carlos Alberto Decotelli da Silva foi anunciado como sucessor de Abraham Weintraub na pasta de Educação do governo federal no dia 25 de junho. Na última sexta-feira (26), Fabio Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, negou que o economista teria obtido a titulação de doutor na instituição.
Neste sábado (27), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou, por meio de nota oficial, que iniciaria uma apuração acerca de uma denúncia de plágio na dissertação de mestrado do então ministro. Decotelli afirmou que revisaria o trabalho apresentado em 2008 para a correção de possíveis falhas técnicas e metodológicas, ao passo que a Fundação ressaltou que “caso seja confirmado o procedimento inadequado, a FGV tomará as medidas administrativas e judiciais cabíveis”.
Com relação ao título de pós-doutorado, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, emitiu um comunicado afirmando que “Carlos Decotelli não adquiriu um título em nossa universidade. Ele não foi um pós-doc em nossa universidade”. De acordo com o texto, o bacharel apenas participou de uma pesquisa de três meses e concluiu o pronunciamento assegurando que “a Universidade de Wuppertal não pode se pronunciar sobre títulos adquiridos no Brasil”.
Já nesta terça-feira (30), a FGV se manifestou mais uma vez, negando que Carlos Alberto Decotelli fosse professor da instituição, como era registrado em seu currículo. Por meio de nota, a Fundação explicou que Decotelli atuou “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”. O texto ainda ressalta que o indicado para o MEC “não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”.
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