Aliados do presidente insinuam que o juiz teria alguma motivação ideológica para perseguir o chefe do Executivo
Responsável pela ordem de prisão preventiva do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na investigação sobre o 'gabinete paralelo' instalado no MEC com favorecimento de pastores na distribuição de verbas, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, recebeu 'centenas de ameaças' de apoiadores do ex-titular da Educação no governo de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, desde a prisão do ex-ministro, bolsonaristas recuperam uma decisão do juiz da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, dada em junho de 2020, para tentar minimizar a decisão sobre Ribeiro. Na ocasião, Borelli determinou que Bolsonaro fosse obrigado a usar máscara nos espaços públicos de Brasília – decisão que acabou derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região dois dias depois.
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Aliados do presidente insinuam que o juiz teria alguma motivação ideológica para perseguir o chefe do Executivo, mas o histórico de decisões de Borelli não atesta essa tese. O magistrado tem em sua carreira uma lista de despachos contrários a políticos de diferentes partidos, como PT e MDB.
O nome do juiz foi compartilhado pelos perfis do deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o ex-secretário de incentivo à Cultura André Porciuncula classificou o caso como “ativismo judicial”. “Sim, o juiz que sentenciou o presidente a usar máscara é o mesmo que mandou prender o ex-ministro Milton”, publicou Eduardo Bolsonaro.
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