Trabalho foi realizado em apenas dois dias
O Instituto Adolfo Lutz, em conjunto com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Oxford seqüenciou o genoma do novo coronavírus, do primeiro caso confirmado da doença em São Paulo. O trabalho, que geralmente é feito em 15 dias em outros países, foi realizado, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp), em apenas dois dias no Brasil.
O genoma do coronavírus diagnosticado no Brasil se difere em três pontos no código genético do vírus localizado em Wuhan, cidade chinesa onde a doença surgiu, segundo a primeira análise feita.
Ester Cerdeira Sabino, uma das autoras do estudo, explicou que quanto mais o RNA do vírus seja desvendado, mais fácil será para rastrear o caminho dele. Ela disse: "Como o vírus do Brasil foi detectado da Itália, e vimos que é diferente do encontrado na Alemanha, com duas mutações similares apenas, já dá para ver que mais de uma pessoa passou a transmitir a doença na Europa".
Em nota, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse: "O feito científico que os pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz concluíram hoje é grandioso e merece todos os nossos agradecimentos. O sequenciamento genético do coronavírus é um trabalho inédito e absolutamente fundamental para que novas vacinas sejam desenvolvidas. Isso mostra o comprometimento do Governo de São Paulo com o combate ininterrupto ao coronavírus e nosso apoio total à comunidade de pesquisadores em saúde".