Artigo do Padre Alfredo Dorea vai ao ar toda quarta-feira no Portal PNotícias
Milto sempre esbanjou malvadeza: projetava explosões, agredia com palavras e atos, incitava práticas de ódio e desdenhava da dor dos mais vulneráveis.
Sua fama se espalhou e arrastou multidões. Milto acreditou no que ouvia: que era infalível, imbatível, inimputável.
Qual manada ensandecida a turba que o seguia agiu conforme os ensinamentos do líder: mentiu, agrediu, violentou, depredou, vandalizou. Golpearam pessoas, instituições, a sociedade e a democracia.
Milto invisibilizou-se e emudeceu-se, recolhido e blindado por milícias.
Ainda que tardia, a verdade se fez presente. A justiça sobreviveu e pari passu alcançou cada um dos culpados pelas ofensas, mentiras e danos praticados contra vidas, patrimônio e sociedade.
Forças da lei e da ordem acercaram-se de Milto e seus sequazes, frustando sua fuga por jetski ou avião.
Em canto de cisne, Milto incorporou a criança chorosa ante o balcão das guloseimas.
Patético implorou à idealizada garçonete, o sabor, mais que predileto, tão absolutamente necessário para si:
“ O meu de Aniz, tia“.
* Padre Alfredo Dorea (@padre.alfredo) é um anglicano amante da vida, da solidariedade e da justiça social. Com os movimentos populares, busca superar todo preconceito e discriminação. Gosta de escrever e se comunicar.
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